quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mata-mata: Fluminense, Botafogo, Flamengo e Galo vivem quarta-feira decisiva, por motivos diferentes.


O Fluminense anuncia hoje, às 16h, na sede das Laranjeiras, a assinatura do contrato com o consórcio de empresas que administrará o Maracanã pelas próximas quatro décadas. As informações dão conta de que o acordo terá a mesma duração da concessão do estádio: 35 anos. Daqui a 35 anos, estaremos em 2048, Fred terá 64 anos e o presidente Peter Siemsen, signatário do contrato, 91 anos de idade. Pode ser que o Fluminense esteja fazendo um grande acordo. Pode ser que, na condição de um dos advogados mais conceituados do país, Siemsen tenha garantido dispositivos legais que ajustarão o contrato ao longo do tempo de forma que os benefícios do Fluminense jamais caduquem. É possível. A torcida tricolor está preocupada, porém. E tem razão de estar. Nada na postura do consórcio que tomará conta do ex-Maracanã indica boa-vontade nas negociações com os clubes. Em breve, o Botafogo deve anunciar acordo por dois anos com a mesma arena. Jogará por lá, pelo menos, até que o Engenhão se recupere de um dos maiores fiascos públicos protagonizado pela gestão do esporte carioca (e não foram poucos ao longo da história). O Flamengo, por outro lado, endurece o jogo, bate o pé, diz que não aceita os termos propostos, fala em “abismo” entre os objetivos das partes envolvidas. Talvez seja o Flamengo o inflexível ou irrealista. Ou talvez Botafogo e, principalmente, Fluminense estejam entregando o ouro fácil demais. O tempo dirá. Esperemos que todos os clubes façam acordos que os permitam desenvolver-se economicamente e garantam às suas torcidas o direito básico de torcer por seus times no templo eterno da Avenida Maracanã.

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O Flamengo joga hoje em Arapiraca contra o tinhoso ASA, às 21:50h. O ASA pode ser mais perigoso que parece, principalmente jogando contra um Flamengo que ainda balança na temporada. Que deixe de balançar e leve o jogo muito a sério. Até que os ventos entrem pela janela de transferências internacionais trazendo dois ou três bons reforços – se é que o farão -, o Flamengo joga o ano na Copa do Brasil. É um tipo de competição que favorece times de massas apaixonadas que empurram bolas para as redes quando as coisas parecem impossíveis. Um tipo de competição que aceita campeões menos brilhantes do que outros concorrentes. O campeonato de pontos corridos não mente. O mata-mata, a seu jeito, também não. Na verdade, são perguntas diferentes que os dois campeonatos fazem. O Brasileirão se questiona: “qual é o melhor time?” Ou ainda: “qual é o time com a capacidade de ser melhor na maior parte do tempo, em longo prazo?”. A Copa do Brasil, a seu tempo, interroga: “que time é capaz de oferecer mais (futebol, vontade, dedicação, concentração e, sobretudo, alma) num curto espaço de tempo?”. Ambos os campeonatos oferecem a quem responder melhor a vaga na mítica Taça Libertadores da América. Em 2013, para times como Flamengo, Vasco, Palmeiras, entre outros, é muito sensato perceber a que pergunta são capazes de responder melhor. E levar muito a sério a resposta.

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A mítica Libertadores faz outras perguntas, além das citadas anteriormente. Apenas uma vem ao caso hoje: serão o Galo e sua massa capazes de fazer o improvável, como tantas vezes se viu nesse torneio? A resposta passa, claro, pelo apoio incondicional da torcida, pela alma que o time empregará em cada jogada, por uma atuação abaixo da média do excelente adversário, mas, acima de tudo, passa por Ronaldinho. Um jogador extraordinário capaz de arregaçar qualquer jogo contra qualquer adversário, mas que, no entanto, costuma não cumprir essa promessa em jogos como o de hoje à noite. Um Ronaldinho inspirado e elétrico pode contagiar torcida e time e, sobretudo, dar ao Galo o talento necessário para a reviravolta (porque ainda se trata de uma partida de futebol). Ele joga mais do que a soma de todos que estão em campo, mas, na Libertadores, a resposta não está só aí.


Por Bruno Passeri.

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