terça-feira, 21 de setembro de 2010

Jóia bruta




As atenções no mundo futebolístico estão focadas no menino Neymar. O garoto abusado dentro das quatro linhas vem usando da mesma característica fora delas.
Pouco tempo depois de recusar a proposta milionária do Chelsea, o menino da vila vem sendo chamado de marrento, "estrela", e outros apelidos que o caracterizam de se achar demais.
Diante de tudo isso, o ex-treinador Dorival Júnior resolveu estender a punição dada pela diretoria e deixar-lo de fora do clássico contra o líder Corinthians.
Em nenhum momento a qualidade do jogador foi contestada, mas ficou claro que ele mereceu ser punido. Mas será que o treinador tinha o direito de estender a punição dada pela diretoria ? Eu acho que não, nesse caso ficou parecendo que o Dorival se sentiu menosprezado pela atitude do Neymar quando o próprio quis passar por cima da decisão do treinador e bater o penalti. Na minha opinião, a punição deveria ser retirada e Neymar jogar o clássico. E no caso de Dorival, não deveria ter sido demitido, apesar de errado foi ele quem colocou os meninos da vila pra jogarem, vale lembrar que ano passado Ganso e Neymar não renderam o mesmo que esse ano. Parece que a diretoria da vila quis mostrar quem manda no Alvinegro Praiano.
Mas também, depois desse caso, ficou claro que o Neymar é uma jóia a ser lapidada, precisa de muita atenção, pois se dada atenção necessária a ele, é evidente que em breve estará entre os melhores do mundo.

Por Felipe Exaltação.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Encontro monumental


Imagem de "El País"


Drible é arte. É astúcia, magia. Drible é Messi. Seus compatriotas estavam cansados de ver seus dribles somente pela TV. Ontem, puderam vê-los ao vivo, bem de perto, e desfrutá-los como nunca antes haviam feito.
Messi foi o geniozinho, como no videogame do fim de semana, em uma telinha do outro lado do Atlântico. Por isso, o baile nos campeões do mundo não foi só uma partida que deu oxigênio ao técnico Batista. Foi também o dia em que Messi se reencontrou com sua gente. O som doce das arquibancadas argentinas que penetrou seus ouvidos, a sua saída ovacionada e o gol feito - esquivo em solo sulafricano - marcaram o começo de uma nova relação.
O gênio havia rendido quase todo o mundo a seus pés. Agora, foi a vez de seu próprio país. A Argentina precisava disso.


Por Roberto Passeri

Cem anos por seus ídolos


Toda história é composta por pessoas. Agentes que são capazes de feitos estonteantes, narcotizantes, que, por gerações, serão lembrados com tom de nostalgia. Dessa forma, para compreender a relação dos torcedores com essa entidade que completou cem anos esse mês, devemos abrir o livro da história do clube nos capítulos de três desses ídolos.

Roberto Rivelino era um jogador excepcional. Sua técnica e agilidade eram indiscutíveis. Sendo assim, ele surgia como um messias, como um salvador que traria a redenção após quase vinte anos sem títulos. Entretanto, o futebol nem sempre reconhece com títulos aqueles que, indubitavelmente, são merecedores.

Em 77, ao perder a final para o Palmeiras, todas as injúrias da derrota são delegadas ao craque. Inconsolável, Rivelino decide voltar pra casa a pé, comungar do sofrimento de seus irmãos, torcedores do mesmo time. A dor foi tanta que Rivelino mudou de clube, vindo, na ocasião, para o Fluminense.

Na década seguinte, um Doutor marca a História Alvinegra. Com o mesmo nome do filósofo da Maiêutica, Sócrates expunha suas idéias nas mesas de bar. Fumante assumido, o jogador foi alvo de críticas incessantes. Contudo, suas apresentações nos gramados eram irretocáveis. E foi devido a essa junção de intelecto e habilidade que ele liderou um movimento que ultrapassou as quatro linhas.

O Brasil ainda vivia a Ditadura. Em meio a relativas aberturas, o futuro do país estava incerto. Entretanto, com a intenção de promover o debate sobre a participação do povo na política, Sócrates instalou a Democracia Corintiana. Por meio desse sistema, o voto de todos os integrantes do clube tinha o mesmo valor, influenciando nas decisões tomadas. Nesse período, o clube alcançou seus objetivos, sendo Campeão Paulista e incentivando o fim do Regime Militar.

Já no princípio dos Anos Noventa, surge o mais meteórico e controverso ídolo do parque São Jorge. O capítulo de Neto é o menor em duração, apesar de ser o mais intenso. O Xodó da Fiel, como era conhecido, mesmo sem possuir perfil atlético, marcou o estopim para a expansão nacional da nação corintiana.

Sempre em confronto com a balança, explosivo, chorão. Fatos não muito usuais quando analisamos os jogadores em geral. Todavia, Neto não era mais um. Com sua empatia com a torcida, raça e inteligência, ele foi o capitão do primeiro Título Brasileiro em Noventa, desmistificando a sentença de que o Corinthians era um time puramente estadual.

Os três fascículos do vasto e épico Centenário traduzem o porquê de tanta paixão. Ídolos humanos, capazes de diminuir o espaço entre idolatrados e os mortais que sentam-se nas arquibancadas em domingo de jogo. Esses três exemplos decodificam o que é o Esporte Clube Corinthians Paulista.

Clube que retrata o sofrimento, o martírio, o cansaço do cotidiano do povo brasileiro. Não obstante, traz a felicidade com que esse mesmo povo leva seu dia-a-dia no coro, uníssono e transcendente, da vitória e do gol.


Por Helcio Herbert Neto