terça-feira, 13 de maio de 2014

Não existe processo

Jayme foi humilhado por uma diretoria retrógrada. (Gilvan de Souza/Facebook do Flamengo)


Há quem defenda bandeiras erradas por puro desconhecimento. Natural, diante da superficialidade desses dias. O que mais espanta são os informados, inteligentes e interessados, que vestem camisas, entram em confrarias e discutem em nome de mentiras. Enxergam em eventos esporádicos ou até em simples ato processos elaborados, inexoráveis.

O Flamengo reviu suas contas. Conseguiu pagar as dívidas que tinha com os cofres públicos, para ter acesso ao patrocínio. Só. Há quem garanta que parou de fazer contratações irracionais -- à revelia da presença no elenco de um desinteressado André Santos e de um tal Carlos Eduardo (lembra dele?). De resto, houve discurso. Adesão de grandes executivos de empresas impressionaram também e fez a atual cúpula gestora encarnar a velha promessa de novo mundo que vem pelas privatizações.

Traço sem continuidade, longe de compor o processo de modernização, bradado aos quatro ventos pelos cartolas e por outros, que só reproduziram as bravatas, sem refletir. Para aprovar os balanços dos últimos três anos, Patrícia Amorim e Bandeira de Mello se uniram. Nada que é progressista se junta com a ex-presidente do Flamengo, capaz de expulsar Zico de sua casa. Como se fosse lixo.

O pacto de não-agressão foi a condição para que as contas fossem aprovadas. Ambos os lados, situação e oposição, celebram o retrocesso. Ninguém investigará os possíveis investimentos escusos de Patrícia. Provavelmente, ninguém mergulhará em futuros desmandos da atual diretoria. E eis que o Flamengo despeja Jayme de Almeida, ignora o milagre operado na última Copa do Brasil e negligencia o rendimento de 62% que o treinador conseguiu com um elenco limitadíssimo em sua passagem.

Vem Ney Franco, o mesmo que sucedeu o trabalho de Waldemar Lemos, que colocou o Rubro-negro na final da Copa do Brasil em 2006 e também foi escorraçado. Jayme foi demitido por telefone, em seu dia de folga. O avanço que a gestão de Bap, Bandeira e Wallim mostrou-se pontual, tecnocrático. O Flamengo não virará uma potência porque falta caráter. O clube da Gávea é o mesmo de sempre, infelizmente.





Por Helcio Herbert Neto.                                                                       
















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