segunda-feira, 21 de março de 2011

Futebol e pátria: nazifascismo



A “esquadra italiana” ganhou os mundiais de 34 e 38 em nome da pátria e de Mussolini, e seus jogadores começavam e terminavam cada partida dando vivas à Itália e saudando o público com a palma da mão estendida. Antes da final contra a Hungria, em 38, os jogadores italianos receberam, de Roma, um telegrama assinado pelo chefe do fascismo: “Vencer ou morrer”. Ganharam por 4 a 2, e seguiram vivos.

Um monumento lembra, na Ucrânia, os jogadores do Dinamo de Kiev de 1942. Em plena ocupação alemã, eles cometeram a loucura de derrotar uma seleção de Hitler. Tinham sido avisados: “Se ganharem, morrem”. Não puderam aguentar a vontade de ser dignos e golearam em nome da União Soviética. Os onze, ainda uniformizados, foram fuzilados quando terminou a partida.

O time modelo da Espanha de Franco, o Real Madri, reinou no mundo entre 1956 e 1960. Ganhou quatro campeonatos da Liga espanhola, cinco Copas da Europa e uma intercontinental. A ditadura de Franco tinha encontrado uma insuperável embaixada ambulante. Em 1959, um dos chefes do regime, José Solís, pronunciou um discurso de gratidão diante dos jogadores, “porque gente que antes nos odiava, agora nos compreende graças a vocês”.


De Eduardo Galeano, por Roberto Passeri

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