quarta-feira, 7 de julho de 2010

Passado, presente e futuro.

Irei resumir minha opinião do que deve ser aprendido com as copas de 2006 e de 2010.
Na copa de 2006 tinhamos jogadores muito badalados, muitos considerados melhores do mundo em suas posições. Mas o que deveria ser uma preparação para a copa acabou se tornando um reality show, tudo era filmado, todos os passou dos jogadores eram acompanhados por uma câmera, eles eram mais pop stars do que atletas. Na copa em si, o Brasil até que jogou bem, saiu da primeiras fase com 100%, e passou por Gana nas oitvas com certa facilidade. A eliminação para a França teve nome e sobrenome: Zinedine Zidane. O craque fez questão de pendurar as chuteiras, usando-as de forma sensacional contra o Brasil, foi simplesmente Zidane, acabou com a esperança do hexa, e colocou todo o trabalho de Parreira em questionamento. Será que tanta badalação atrapalhou a seleção ? Acho que não, o Brasil sempre soube lidar com isso, a forma física dos jogadores, por exemplo, foi um fator mais decisivo. O presidente Ricardo Texeira decidiu apostar em Dunga, para a formação de uma seleção mais comprometida, palavra que faltou em 2006. Com uma seleção renovada, saíram medalhões como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, para a entrada de Maicon, Luís Fabiano, e para a lateral esquerda, indefinida durante a era Dunga, Michel Bastos assumiu o posto na copa. A preparação, que antes era um reality show, virou um regime militar, nada era permitido, imprensa com acesso restrito aos treinos. A mudança foi radical, mas enquanto estava ganhando, Dunga achava que tinha razão. Dunga teve problemas com a imprensa, e logo com a poderosa Rede Globo, a insatisfação com a postura do treinador foi ao ar. Dunga, que já não contava com muitos seguidores, perdeu um pouco mais de prestigio. Com a bola rolando o Brasil não fazia boas partidas, venceu mas não convenceu contra a fraca Coreia do Norte, venceu a Costa do Marfim, e empatou com Portugal, terminou em primeiro do grupo, nada mais do que a obrigação. Nas oitavas tinha o time de El loco Bielsa pela frente, um time que jogava de forma agradável, buscando sempre o ataque, mas o Brasil soube jogar contra os chilenos que se abriram muito e deixaram espaço para a seleção contra atacar. Aí chegou a hora da verdade, o Brasil pegou a Holanda, time leve e habilidoso, que mantinha um aproveitamento de 100% nas eliminatórias e na copa, e seria nesse jogo que o Brasil mostraria sua fragilidade. O Brasil começou ganhando mas tomou a virada, e agora como agiria a seleção de Dunga diante de um placar adverso ? Com a falta de um craque, tão pedido por todos, o Brasil não tinha poder de reação, não havia um jogador que pudesse decidir uma partida, como fez falta um Neymar, um Ganso, um Ronaldinho Gaúcho nesse momento. O Brasil, país conhecido como maior exportador de craques, saía da copa do mundo pela falta de um desses.
Depois dessas duas copas, aonde o Brasil usou de artifícios extremos, fica a lição de que o Brasil precisa sim do comprometimento tão pedido por Dunga, mas também não pode deixar de lado as raízes do futebol brasileiro, que sempre teve uma fartura de craques. Esperamos que em 2014 no Brasil, tenhamos Craques comprometidos a mostrar que a seleção Brasileira nunca deixou de ser a melhor do mundo.


Por Felipe Exaltação.

2 comentários:

  1. Fala Felipe,
    Concordo contigo até a página 20. Ponto.
    Discordo de sua avaliação de 2002,2006 e 2010.
    Em 2002, tínhamos a Fatima Bernardes hospedada junto com os jogadores. O Wilian Boner, começava o Jornal perguntando: "Fátima Bernardes, onde está você?". Ela entrava em cena:"Wilian, estou aqui no quarto do Roanldo e ele agora vai falar com exclusividade....". isso sim era um reality show. Mas a seleção tinha comando, tinha jogarores em formam, jogando desde o futebol competitivo, até o estilo mais moleque, mais brasileiro. lembra daqueles cinco jogadores asiáticos atrás do Denilson? Uma das cenas mais mostradas na época.
    O que havia, era uma certa dose de estrelismo, tipo, Ronaldinho, Robertop carlos e Robinho disputando quem dominava melhor a redonda. isso era passado, e repassado direto nas resenhas esportivas. mas dentro de campo, o time criava, brigava, marcava, jogava futebol (tanto bonito quanto competitivo).
    Em 2006, em minha opinião o que faltou mais foi TÉCNICO.
    Começamos mal a Copa, sem criação, com os laterais fora de forma, atacantes pesadões...aí, tivemos um jogo com 2 novos laterais(cicinho e gilberto), novos atacantes e o time desencabulou.
    O País todo pediu pro Parreira manter o time, e ele irredutível, voltou com os velhos, gordos e principalmente, fora de forma. Deu no que deu.
    Quanto a sua análise de 2010, só tenho uma pergunta: Onde assino?
    Forte abraço
    Em 2006
    Em 2006, não.

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  2. Concordo plenamente com o que você disse, mas meu texo busca mais explicitar essa diferença gritante entre 2006 e 2010, anos em que não conquistamos o título. Em 2002 o Brasil ganhou, as coisas foram meio que aceitas por todas em virtude da vitória, e assino embaixo quando você disse que em 2002 tinhamos técnico, o Felipão realmente sabia deixar o grupo leve fora de campo e na hora do jogo conseguia concentrar o foco da equipe apenas no jogo.

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