
(Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Paulo André foi embora. A ausência em campo será sensível. Era líder do time campeão do mundo em 2012, égide da solidez defensiva que transformou o Corinthians no clube mais regular e temido do país. Mais uma peça que se vai, após um ano de meio de insucessos. A coletividade que sobrepôs a tendência de alicerçar equipes em grandes craques fica no passado, nos pôsteres de Tóquio.
Nos bastidores, a falta que Paulo André fará é inexorável. Um articulador que mobilizou os jogadores de futebol para pedir melhorias para a classe fará muita falta. O curioso é a saída do zagueiro para a China logo após as ameaças de torcedores no CT corintiano e de uma tentativa de greve frustrada depois do episódio de violência.
Os atos liderados pelo Bom Senso chamaram a atenção da opinião pública para os buracos do futebol verde e amarelo (metaforicamente, mas também objetivamente). Foi o mais recente movimento esperançoso no esporte brasileiro de uma série de momentos que despertaram euforia nos torcedores.Sequência essa que começou logo após o anúncio da Fifa sobre o mundial, em 2007.
Tínhamos Forlán, Seedorf, Ronaldo e Neymar. Esperávamos por estádios e pelo mundo, que viria conhecer o Brasil na Copa do Mundo. Técnica, tática e emocionalmente, estávamos próximos do avanço. Houve a proposta de derrubar o monopólio da rede de comunicação que detém os direitos de exibição do futebol brasileiro.
Tudo isso já se foi. Optaram pela comodidade e pela inércia. Até as cotas de televisão do novo acordo com a velha emissora já se esvaíram nas mãos dos cartolas, fato que explica a falta de contratações na janela desse ano e, por conseguinte, a fragilidade dos clubes brasileiros para essa a temporada.
Ficou a incerteza sobre o futuro prometido por políticos e dirigentes esportivos. Quanto ao Bom Senso, o questionamento é ainda mais intenso. Seria a mobilização forte o bastante para prosseguir sem Paulo André?
Por Helcio Herbert Neto.

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