
Ao som de: Maná/Santana - Corazón Espinado
Era final da década de 60, e a Argentina vivia um momento político-social conturbadíssimo, assim como quase toda a América do Sul. O golpe militar de 66, que derrubou o presidente Arturo Illia, autodenominou-se “Revolução Argentina”, porém a revolução dos hermanos era outra, e ocorria bem longe da Casa Rosada.
Juan Ramón Verón era o astro maior da equipe do Estudiantes de La Plata que revolucionou o futebol argentino com suas conquistas. La Bruja (“A Bruxa”), como ficou conhecido pelo formato do nariz, conduziu a equipe “pincharrata” ao tricampeonato da Taça Libertadores (68, 69, 70) e ao maior título da história do clube, o Mundial Interclubes, em 68.
Ramón Verón fazia legiões de fãs carregando a bola da esquerda para o meio em velocidade, levando-a de fora para dentro em verdadeiros gols de placa. De fora para dentro também levava o Estudiantes pelo país: de Ciudad de La Plata para Buenos Aires, quebrando o domínio hegemônico dos clubes da capital.
Anos depois, com a estirpe futebolística nos genes, nascia Juan Sebastián Verón, no mesmo dia em que seu pai havia marcado o gol da vitória do Estudiantes num clássico contra o eterno rival, Gimnasia La Plata, em março de 75. Fanático desde pequeno pelo Estudiantes, Juan Sebastián cresceu ouvindo histórias de conquistas do pai e, aos 19 anos, já estreava com a camisa profissional do clube amado, ainda que cedo fosse levar seu talento para fora.
Juan Sebastián, ou La Brujita – diminutivo do apelido do pai – atuou ao lado dos melhores jogadores do mundo e colecionou títulos nas seis temporadas em que atuou na Europa, entre eles um Campeonato Inglês pelo Manchester United e um Italiano, pela Internazionale. Também participou do fracasso da Seleção Argentina na Copa de 2002 e, como grande parte desse time, foi subestimado.
Aos 31 anos e sem achar seu bom futebol, Juan Sebastián deixou de lado o contrato milionário com a Internazionale e voltou para casa, em busca do sonho de infância e de cumprir sua “missão”. A mesma alcunha, a mesma camisa 11, o mesmo destino. La Brujita reencontrava seu futebol maestrino ao longo da competição, e a Taça Libertadores cada vez mais parecia reencontrar o seu destino: La Plata, Las Brujas.
E assim foi. Trinta e nove anos depois de atuações épicas de Ramón Verón conduzirem os “pincharratas” a conquista da América, Sebastián Verón selou categoricamente seu destino, como se o Estudiantes tivesse parado no tempo para esperar o surgimento de seu mais novo heroi, ou melhor, de sua mais nova bruxa.
Por Roberto Passeri.
felicitaciones Beto, excelente narracion de algo tan grande para nosotros los pincharratas, LAS BRUJAS !!
ResponderExcluirun abrazo desde Argentina
QUERO VER RETRATAR NESSA SÉRIE MARGINALIZADOS , O ASSIS , CARRASCO DO MENGAO !
ResponderExcluirNaz? Até que essa é uma boa ideia! Não nos incomodamos hahaha!
ResponderExcluirTava demorando...
ResponderExcluirLa brujita merecia um destaque no blog,agora só falta a dupla eltinho/vandinho...
Mas sério agora,muito bom os textos...
Como apreciador do blog e vendo que vocês mesclam situações cotidianas com o paixão de todo brasileiro que é o futebol.
Gostaria de ver situações atuais como o bombardeio norte-coreano a sua 'co-irmã' ou sobre os últimos acontecimentos no Rj que vem dando o que falar...Enfim,sugestões apenas e obviamente mescladas com o futebol...
Parabéns pelo blog,estão de parabéns