segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Invadiram a Praia



A Praia de Ipanema já não é mais a mesma. Desde a chegada do Metrô Carioca ao mais elitizado bairro do Rio de Janeiro, nota-se um fenômeno democrático curioso. Finalmente, a população de regiões mais longínquas podem desfrutar de um dos mais famosos cartões postais do Hemisfério Sul. É a equalização promovida pelo aprimoramento das tecnologias.

Tal fenômeno, que torna comuns aqueles que no passado eram tão díspares, é observado também no futebol. No fim de 2010, o Internacional de Porto Alegre foi eliminado pelo Tout Pouissant Mazembe, do Congo. Foi a primeira vez na história que um clube Sul-Americano não disputou o confronto final com um time europeu. O fato virou alvo de chacota no lado tricolor do Rio Grande do Sul e surpreendeu o Mundo da Bola.

Contudo, a Libertadores da América 2011 evidenciou que não se trata de um evento isolado. Ou melhor, a pré-Libertadores. O Corinthians não conseguiu superar o Deportes Tolima, o que trouxe à tona mais um fato inédito: pela primeira vez uma equipe brasileira consegue sair da Libertadores antes mesmo de disputá-la. longe da fase grupos e fora da Copa do Brasil, o time paulista tem seu primeiro semestre esvaziado, reduzido ao campeonato regional.

As tecnologias de comunicação diminuiram o abismo entre as potências do futebol e aqueles países que eram simples praticantes do esporte. Pelos jornais, pela televisão e pela internet, chegam informações sobre o mais praticado esporte da Terra. A população global tem acesso, com caráter instantâneo, aos mais importantes campeonatos nacionais, internacionais, continentais e intercontinentais.

E o que o resultado dentro dos gramados tem demonstrado é que essa mudança é prejudicial ao País do Futebol. Assim como os moradores de Ipanema, o Brasil se espanta com os "intrusos".O velho clichê de que não há mais "bobos" no futebol vai se legitimando com esses resultados. Para que as pernas verde-amarelas não deixem de ser as mais valorizadas do esporte bretão é necessário que os brasileiros enfrentem times sem tradição com planejamento bem estruturado e seriedade. Na prática, o fim da soberba será uma boa solução. Para ambos.

Por Helcio Herbert Neto

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