quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Segue a tua senda de vitórias"


Por Roberto Passeri.

A alegria vermelha, jorrada como lava incandescente por um vulcão chamado Beira-Rio, ontem, em Porto Alegre, era só a ponta de um imenso iceberg, como costuma ser a História. Voltando um pouco no tempo não é difícil perceber que a conquista continental da noite de ontem não se deu por contratações que acabaram encaixando, por um treinador que achou o time em alguns jogos, ou por uma “fase iluminada”, como dizem os adeptos dos chavões futebolísticos.

A virada para cima do Chivas Guadalajara pela final da Taça Libertadores coloriu a América de vermelho e branco outra vez. Mas a ressaca da manhã pós-título não é a maior novidade do mundo para um clube que se acostumou a atrair grandes conquistas.
Para os que acompanham, não há dúvidas de que o Internacional é, junto do São Paulo, a maior potência do futebol brasileiro na última década. E sem exageros, pode-se substituir o “brasileiro” por sul-americano e até mundial.

Conhecido como “Celeiro de Ases”, por ser um dos principais formadores de jogador no Brasil, o Inter, sob o comando do presidente Fernando Carvalho, resolveu apostar em sua categoria de base para uma nova era de conquistas no início do século XXI, após duas décadas sombrias (80 e 90). Foi com investimento cauteloso e trabalho sério que o clube revelou ao mundo grandes jogadores como Lúcio, Nilmar, Rafael Sóbis, Daniel Carvalho e Alexandre Pato.

Foi por esse viés que o Colorado recuperou a hegemonia do futebol gaúcho, com a conquista do tetra estadual (2002, 03, 04, 05), e se projetou novamente no cenário nacional com o vice-campeonato brasileiro, em 2005*.
Em 2006, conquistou a Libertadores pela primeira vez, batendo o São Paulo na final. Meses depois, no Japão, ganhou o mundo ao derrotar o badalado Barcelona, de Ronaldinho Gaúcho. O clube ainda conseguiu chegar novamente em segundo lugar no Brasileirão, apesar de ter disputado grande parte da competição com seus reservas.

Em 2007, com a vitória na Recopa Sul-Americana, o clube garantiu a inédita Tríplice Coroa Internacional.
2008 foi mais uma temporada mágica: no início do ano, o Inter participou da Copa Dubai e venceu a Internazionale de Milão na final, levando para Porto Alegre mais uma taça. O clube também voltou a ganhar o Campeonato Gaúcho, ultrapassou o Grêmio e se tornou o maior vencedor da história da competição. No fim do ano, o Colorado ainda obteve um título inédito para o futebol brasileiro: a Copa Sul-Americana, da qual foi campeão invicto. Foi o quarto título internacional oficial do clube (Mundial, Libertadores, Recopa e Sul-Americana); com isto, tornou-se, ao lado do Boca Juniors, um dos dois clubes a possuir todos os títulos que um sul-americano pode almejar.

2009, o ano do centenário, começou com a conquista invicta do Campeonato Gaúcho, porém seguiu com as amargas derrotas na Copa do Brasil para o Corinthians, na Recopa para a LDU e mais uma no Brasileirão - desta vez para o Flamengo. Foi em julho de 2009 que o clube atingiu a meta dos cem mil sócios, tornando-se o sexto entre os clubes com maior número de associados no mundo e o primeiro na América Latina.
2010 chegou e o Colorado focou na Libertadores novamente. Acabou perdendo o Gauchão para o Grêmio – o que não acontecia há nove anos - , mas acertou em cheio na antecipação da janela de transferências, repatriando Tinga e Rafael Sóbis (como já havia sido colocado aqui no blog). Os dois foram essenciais ontem, na conquista do bi, como haviam sido há quatro anos: Tinga voando em campo e Rafael Sóbis marcando um dos gols da vitória.

Em dezembro, no Mundial, em Abu Dhabi, o Inter só precisará fazer o que vem fazendo bem há quase dez anos: mostrar que se vence fora de campo e levantar a taça dentro dele. Feito isso, o mundo será um pouquinho verde e amarelo novamente. Aos pés do Colorado.

*Nesta competição foram anulados treze jogos por um escândalo de manipulação de resultados envolvendo o árbitro Edílson Pereira de Carvalho; o Corinthians disputou novamente duas partidas que havia perdido e ultrapassou em pontos o Internacional.


Fonte: http://www.internacional.com.br/home.php

2 comentários:

  1. Não é a toa que a frase " Campeão de tudo " está estampada no Beira-Rio.

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  2. E eu me pergunto onde andam os entusiastas da ultra-mega-power-hype-motherfucking-estrutura-premium-plus-gold-masterson do tricolor paulista... Como são lindos os burgueses e os japoneses, mas tudo é muito mais. Viva a macacada.

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