Esta crônica
não é tão célebre quanto o romance de García Márquez, mas também fala do amor
entre um homem e uma meretriz. A diferença, aqui, é que o personagem centenário
é a cortesã, enquanto o papel jovial e quase inocente cabe a quem se identificar.
Culpar o
quê? As falhas de André Bahia e Fabiano Eller em 2004? Abel? Incriminar Héctor
Baldassi em 2007? Em 2008, o problema foi o salto alto, a festa de despedida
para Joel. E em 2010, o talento de Montillo foi o culpado? E ontem, pergunto
novamente, o que houve? Outra vez Joel ou a displicência de todo um elenco? Não
existe explicação.
Todos
estavam lá como vilões, mas poderiam ser herois. Estavam lá para desenhar a
história, para serem pegos no flagrante na cama da prostitua e colocar à prova
um amor ridículo, que é 90% sofrimento e 10% prazer. A história foi escrita
dessa forma para você questionar se vale a pena.
Não, é óbvio
que não vale. Você escolheu errado. Havia mil virgens de família e tu optaste
pela vadia. Não há volta, só há o consolo de ser mais um em 35 milhões. O que
te faz pensar se é você que faz a diferença, se é você que ela gosta mais. Também
não. Nada em troca; pelo contrário, você paga e sofre. É torturado um ano por
um dia de orgasmo.
Não espere
um afago, uma virada no texto que vos parabenize por conseguir, acima de tudo e
todos, manter o amor intacto. A relação apaixonante, blá, blá. Grande merda. Somos
iguais, então, ao corno que senta no bar e se orgulha de contar para os amigos
que perdoou a sem vergonha que tem em casa.
‘‘Quantas
vidas nós vivemos? Quantas vezes nós morremos? Dizem que todos nós perdemos 21
gramas no exato momento de nossa morte. Todos. E quanto devem ser 21 gramas?
Quanto se perde?’’.
E morremos
em cada decepção. Deixamos o peso de nossa alma – 21 gramas – ir embora a cada
silêncio quando a noite era de festa. A cada lágrima quando o dia pedia sorrisos.
A cada cabeça inchada quando esperávamos fogos. Mas a memória é curta, e
renascemos num simples clássico sem valor. Perdoamos a traição da biscate por
causa de um singelo café da manhã na cama. E aí ela deita e, desse sexo
desenfreado, surgem mais alguns milhares de imbecis que manterão, para sempre,
a maior Nação de apaixonados do planeta.
Eu queria
poder não ser Flamengo, mas nasci assim, e, como todo bom idiota, me orgulho disso.
Por Beto Passeri.
Betinho, mais um Lindo texto.
ResponderExcluirBrets.
Gostaria de ser sua namorada um dia pra receber lindos poemas como esse.
ResponderExcluirFrodinho.
Aff...Triste, porém, lindo.
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